às vezes eu penso e queria saber mesmo o que é isso de ter uma ambição -- daquele tipo tão óbvio que leva a pessoa ambiciosa a fazer escolhas fáceis porque seu foco na vida é incrível--; às vezes me pego querendo saber mesmo o que é isso de ter desejos não como objetos de luxo mas como o sono que você dorrme, obsessões tão sadias quanto jogging diário às cinco da manhã.
de uns anos para cá, conhecendo pesoas com paixões bem definidas, o modo como essas paixões ocupam seus quartos e vidas, percebi que tenho bastante respeito por aqueles que acabam kinda se tornando suas paixões. .
há,por exemplo, os leigos que reviram os olhos chamando-os de ok-nerds-get-a-life, e eu me sinto até um pouco culpado por não sentir culpa em reconhecer o valor de saber de cor, por exemplo, listas de habilidades, perícias, combinações de habilidades e perícias, dados, armas, clãs, categorias de personagens, reinos, mundos, magias, sistemas, autores, história, todas essas minúcias que sabe um rpg freak. penso no dinheiro gasto com livros no tempo gasto com debates, em qualquer coisa gasta com qualquer coisa como isso, e fico feliz de imaginar o fundo-de-garrafa respondendo recitando listas como recitasse batatinha-quando-nasce às dúvidas dos n00bs. o problema, eu acho, é que não são tantas as pessoas que perguntam sobre rpg quanto as que perguntam sobre pontadas no coração. e por isso os médicos é que são uh a grande coisa.
e então eu penso no que é isso que ME MOve, no que são as minhas listas de armas e magias.---------no que é isso em que eu poderia ser a refer^ncia. penso no que eu gosto de fazer, e então penso em tempo livre -- música, livros, desenhos, jogos & filmes. e sinto nessa lista uma corrente ARTSY, e isso é mesmo algo com que eu me importo; acontece de eu perder aula adiar trabalhos pra ficar em casa remanchando sobre os cadernos com coisas escritas terminando de arrematar com alguma cagada algum desenho. .
butwait. eu poderia bem ter dito que o TEMPO LIVRE ali é que é, na verdade, um das minhas paixões. não digo a liberdade total, porque jamais persegui minha liberdade ardentemente, como, não sei, um revolucionário? se não lido bem com as cobranças, lido ainda pior com as possibilidades. e aí então eu tento adaptar-me e explorar esse pequeno resto obedecer às leis menores a fim de burlar as maiores e busco brilhar meu próprio brilho entre as frestas dessas portas portas portas de madeira.
com a leve --e um tanto triste-- impressão agora de que conseguiria mesmo responder como um buda sorridente ao que me perguntassem sobre os mistérios desse cinismo.
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