domingo, abril 03, 2005

window paine

é isso.talvez não haja outra maneira - é preciso começar de algum lugar. quando você ouve a inveja pondo a mesa pra comer sua cabeça no jantar, essa possivelmente é a hora de pensar se não vale a pena tirar a fé de cima da estante, dar uma espanada nela, pô-la dentro do peito e começar imediatamente a acreditar que há um caminho que se pode seguir pra ser alguém melhor.
mas o otimismo às vezes parece tão banal. tão em si medíod medíocre. como se apenas acordar de manhã pronto pra desacreditar toda a humanidade fosse a forma mais justa de questionar o que vai mal e de parecer que se entende que pouco vai bem. o otimismo talvez tenha sido rebaixado na escala de valores humanos legais exatamente por ter sido associado, sabe-se lá por quê, à espera prostrada por que algo bom aconteça e that's it. comprar a idéia de que as coisas podem dar certo, a despeito de todo o cinismo incrustado na face da terra, não é simples. eu acho. .a crença de que um grande câncer secular, alimentado a cada geração no coração das pessoas, pode ser combatido apenas com o melhor que você pode fazer hoje às vezes soa oh tão inútil e desmotivamnte.; tratada com uma preguicinha que não deixa perceber o mundo como mais que uma pilha de casos perdidos. e o resultado é essa massa de pessoas tristes infelizes por dentro angustiadas por não conseguir acreidtar, sentir e agir da mesma maneira, e na pior das hipóteses estacionadas na mediocridade e na inveja, morrendo de medo de continuar em frente. de fazer, nem que a pé, o resto do percurso até seus sonhos.
e não há não há não há como negar que parecer tentando algo diferente é uma ameaça grande demais pro nosso orgulho. que talvez já nem esteja nos deixando mais tão orgulhosos assim. por isso o importante talvez seja vencer esse temor em ser alguém diferente, ainda que mais satisfeito. antes de entrar em pânico vislumbrando o terrível diagnóstico, pegar o telefone ligar pro médico e marcar o diabo da consulta . acreditar e dar o primeiro passo. o pequeno primeiro passo - aquele que há dias, que há anos, a gente teve medo de parecer tentando dar.

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